PT deve enfrentar DEM, PSDB e PMDB em 2012

17-05-2011 14:25

No segundo turno das eleições municipais de 2004, os petistas apoiaram João Henrique (PP) para ser opor aos carlistas, representados por César Borges (PFL). Em 2008, foi a vez de o carlismo apoiar João Henrique em contraposição à candidatura de Walter Pinheiro (PT). Com o prefeito fora da disputa em 2012, finalmente os dois grupos poderão se enfrentar, sem intermediários, pelo comando de Salvador.

No PT, o deputado federal Nelson Pellegrino deve encabeçar a chapa. É o preferido do governador Jaques Wagner e já foi candidato à prefeitura outras três vezes. Seu desafio será acalmar os ânimos de petistas da Executiva municipal e da Câmara de Vereadores, que ficaram revoltados com suas declarações recentes de que aceitará qualquer apoio, inclusive de João Henrique. Além disso, Pellegrino defende, assim como o prefeito, a adoção do Bus Rapid Transit (BRT) como transporte de massa para a cidade. Os vereadores do PT preferem o Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). O senador Walter Pinheiro (PT), que concorreu em 2008, não descarta nova candidatura.

PSB, PCdoB, PTB e PDT, partidos da base governista no Estado e habituais aliados do PT, estudam a possibilidade de irem às urnas com nomes próprios. A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) e a ex-prefeita Lídice da Mata (PSB) são pré-candidatas. Marcos Medrado, deputado federal pelo PDT, também deseja se lançar à disputa e teria o aval do ministro do Trabalho e presidente da sigla, Carlos Lupi. Os partidos têm se reunido periodicamente para definir uma agenda política conjunta. Caso um deles chegue ao segundo turno, ganharia o apoio dos demais.

Do outro lado, DEM, PSDB, PMDB e PPS se articulam para marchar unidos. Geddel Vieira Lima (PMDB) e ACM Neto se dizem dispostos à candidatura, desde que a escolha seja consensual: "Não seria o meu plano imediato, mas se houver um entendimento de que sou o melhor nome, aceito", diz Geddel, que vislumbra a sucessão estadual em 2014. Na mesma linha, ACM Neto diz que não se impõe como candidato, mas espera que as circunstâncias - de vitória, inclusive - lhe sejam favoráveis: "A cidade vai precisar de um prefeito que transforme o estilo de governar, pois vive um problema sério de gestão. O ideal é que a oposição de Wagner ofereça um só candidato". Nas eleições de 2010, ACM Neto, reeleito deputado federal, recebeu mais votos em Salvador (134.360) do que Geddel como candidato ao governo (131.398 votos).

Há ainda a chance, a depender da situação política do prefeito, de João Leão (PP), chefe da Casa Civil, concorrer à sucessão. Em um evento para empresários em Vitória da Conquista, o ministro Mário Negromonte (PP) "lançou" Leão, saudando-o como "prefeito de Salvador".
(Valor)