Wagner marcha célere para o recorde do "zero ferryboat''

16-05-2011 18:56

 

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A concessionária TWB marcha célere em direção ao recorde histórico no sistema ferryboat. Sob o olhar complacente do Governo da Bahia, a empresa paulista parece mesmo disposta a deixar a travessia Salvador-Ilha de Itaparica com zero navio em tráfego. Ontem, o sistema chegou a funcionar com apenas uma embarcação, pois os ferries "Anna Nery" e "Pinheiro" quebraram e apenas o "Maria Bethânia" funcionou.

O mais interessante é que a TWB nada divulgou sobre a quebra do Ferry-Bate "Anna Nery", que estava funcionando com apenas 3 dos seus quatro motores e que ficou com apenas dois e teve que encostar no Terminal de São Joaquim. O navio parou por volta de 8 horas da manhã e só retornou ao tráfego às 17h30m.   Talvez por isso o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, tenha se deslocado ao Terminal de São Joaquim para ver de perto o caos.

A concessionária só informou sobre o defeito do "Pinheiro". Disse que o sistema estava com apenas dois navios em tráfego e que o tempo de espera na fila era de duas horas. Imagine: com somente dois ferries operando e apenas duas horas de fila. Que beleza! Acredite quem quiser.

O Terminal de Bom Despacho se transformou em um cemitérios de navios parados. São ao todo seis navios encostados e sem previsão de reintegração ao tráfego. O ferry "Ivete Sangalo" deve seguir, rebocado, para um estaleiro de Aracaju nas próximas horas. Todo o sistema de propulsão (motores e eixos) foi desmontado. O rebocador deve levar o "Ivetão", que tem apenas dois anos e 8 meses em operação, durante a madrugada.

O mais incrível também é que o Governo da Bahia insiste em fingir que não está enxergando a crise no ferryboat da TWB. A Agerba, agência de regulação que deveria fiscalizar a concessionária, está concentrada apenas na contratação da Fipecafi para fazer auditoria na concessionária. Como a TWB, a Fipecafi é paulista. Mas a Agerba garante se tratar de uma fundação "ligada" à Universidade de São Paulo.

Serão nada menos que sete meses de auditoria. Sete meses. Não se sabe como a Agerba vai fazer para que os usuários do sistema ferryboat não sofram mais do que já sofrem daqui para a frente. A agência de regulação parece cada vez mais perdida com a situação gravíssima. É torcer para que o pior não aconteça, que os únicos dois ferries em operação não quebrem.

Do contrário, seria o fim da picada. O sistema ficaria sem nenhum navio em tráfego. Como o governador Jaques Wagner já bateu o recorde do BURACO ZERO nas estradas da Bahia, com o seu então secretário de Infraestrutura, o folclórico João Leão, não será nenhuma surpresa se atingir mais um feito histórico, este sim verdadeiro, de NAVIO ZERO no sistema ferryboat.